No Brasil, as TIC começaram a surgir
dentro das escolas no início da década de 80. No entanto, foi a partir
da década de 90, após a abertura do mercado de importação, que os
microcomputadores se popularizaram e começaram a realmente ocupar espaço
dentro das escolas. Nessa época, o modelo que vigorava era o de
laboratórios de informática. A chamada "aula de informática" entrou na
grade curricular e obrigou professores e alunos a utilizar aqueles
recursos ao menos uma vez por semana. Sem saber ao certo como
utilizá-los, os laboratórios ficaram fadados a basicamente três fins:
1. Se
tornaram espaços de "aula de informática", onde os alunos, com o
auxílio de monitores de informática, aprendiam a manejar sistemas
operacionais, editores de texto, planilhas eletrônicas, softwares de
apresentação e editores de imagem;
2. Se tornaram "salas de jogos", onde normalmente os chamados "softwares educacionais" predominavam, quando não, os joguinhos de entretenimento;
3. Ou, simplesmente, os laboratórios ficavam fechados, empoeirando, tendo seu parque de máquinas sucateado.
Nesse terceiro caso, não era raro os laboratórios serem usados como instrumentos de punição, onde, por "mal comportamento", os alunos ficavam sem direito de acesso a eles ou, quando não se tentava mascarar a realidade, o professor assumia que não sabia utilizar seus recursos e se recusava a utilizar aquele espaço com seus alunos. De qualquer forma os alunos eram sempre punidos.
Nos dois primeiros casos as atividades desenvolvidas nos laboratórios não tinham qualquer relação com o currículo escolar. No primeiro, a escola, enquanto espaço privilegiado de aprendizagem, desperdiçava seu tempo e seus recursos a serviço da informática (em vez de a informática disponibilizar seus recursos a serviço da educação). No segundo caso, mesmo os "jogos pedagógicos", que normalmente nem são tão interessantes para os alunos quanto os jogos de entretenimento, tinham um fim em si mesmos, e não contribuiam para o projeto pedagógico da escola. Desse modo não era raro ouvir os professores se queixarem, com razão, de que tinham de "parar suas aulas" para ir para o laboratório.
Foram raras as experiências em que a tecnologia foi integrada ao projeto pedagógico da escola e, mesmo assim, elas encontraram resistência por parte de alguns professores.
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